7 Mulheres Extraordinárias na Literatura

Dia 08 de março é o Dia Internacional da Mulher. O dia foi escolhido para lembrar da luta das mulheres por direitos iguais.

Essa data foi escolhida por conta de uma greve feita por trabalhadoras de uma fábrica têxtil em 1857, que exigiam melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. Diversas outras manifestações por direitos femininos também marcaram a história, por isso em 1910, em uma conferência na Dinamarca, foi decidido que esse dia passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, homenageando os movimentos pelos direitos delas.

Então hoje, nós celebramos as conquistas políticas, econômicas e sociais das mulheres que, ao longo dos anos, lutaram por seus direitos e espaços. E como a mulher tem atuado com maestria em todos os meios que escolhe participar, na literatura não seria diferente. No meio literário temos autoras extraordinárias que empoderaram a si e a muitas outras mulheres no mundo, e merecem todas as homenagens.

Autoras essas que merecem ser lidas e conhecidas pelo mundo inteiro! Resolvi apresentar a vocês sete dessas escritoras (de vários gêneros) que precisam ser conhecidas. No blog da Companhia das Letras você pode conferir outras escritoras tão talentosas quanto. Clique aqui para conferir.

7 Mulheres Extraordinárias na Literatura

1 – Hilda Hilst

Homenageada da Flip deste ano, Hilda Hilst é a autora para conhecer em 2018. Nascida em Jaú (SP) em 1930, formou-se em Direito pela USP e, aos 35 anos de idade, mudou-se para a chácara Casa do Sol, próxima a Campinas – onde hoje fica a sede do Instituto Hilda Hilst. Lá, na companhia de dezenas de cachorros, ela se dedicou integralmente à criação literária, entre livros de poesia – onde mais se destacou -, ficção e peças de teatro, se tornando uma das vozes mais transgressoras da literatura brasileira. Em 2017, a Companhia das Letras lançou a coletânea Da poesia, que reuniu pela primeira vez sua obra poética completa. Em maio deste ano, será a vez de sua prosa ganhar uma coletânea, Da prosa.

 

2 – Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda Ngozi Adichie é uma das autoras mais celebradas atualmente. Nasceu em Enugu, na Nigéria, em 1977, e vive entre seu país natal e os Estados Unidos. Escreveu os romances Meio sol amarelo, que ganhou o National Book Critics Circle Award e o Orange Prize de ficção em 2007, Hibisco roxo, e Americanah, que será adaptado para a TV pelas atrizes Lupita Nyong’o e Danai Gurira. Além de grande romancista, Adichie ganhou grande notoriedade com seus ensaios sobre feminismo: Sejamos todos feministas (e-book gratuito para download), inspirado em sua palestra no TED, e Para educar crianças feministas, pequenos textos em que fala sobre igualdade de oportunidades para mulheres e homens. Em 2017, os contos da escritora ganharam pela primeira vez uma edição brasileira, reunidos em No seu pescoço. Sua obra, que aborda temas como imigração, racismo, família e feminismo, foi traduzida para mais de trinta línguas e apareceu em inúmeras publicações, entre elas a New Yorker e a Granta.

 

3 – Rebecca Solnit

(foto de Jim Harrington)

Rebecca Solnit é considerada criadora do termo mansplaining – quando um homem interrompe uma mulher para explicar alguma coisa que ela já sabe. Escritora, historiadora e ativista, tem dois livros publicados no Brasil: Os homens explicam tudo para mim (Editora Cultrix) e A mãe de todas as perguntas, lançado no ano passado pela Companhia das Letras. Neste livro, ela parte das ideias centrais de maternidade e silenciamento feminino para tecer comentários indispensáveis sobre diferentes temas do feminismo: misoginia, violência contra a mulher, fragilidade masculina, o histórico recente de piadas sobre estupro e outros mais. Ao todo, Solnit escreveu mais de quinze livros sobre feminismo, história indígena e ocidental, poder popular, mudança social e insurreição, entre outros temas contemporâneos. Nascida e criada na Califórnia, é colunista da revista Harper’s e colaboradora do jornal The Guardian.

 

4 – Lilia Moritz Schwarcz

Lilia Moritz Schwarcz é antropóloga e historiadora, e leitura obrigatória para qualquer pessoa que se interessa pela História do nosso país e questões da sociedade (seja do passado ou atual). É professora titular no Departamento de Antropologia da USP, Global scholar na Universidade de Princeton (EUA) e curadora adjunta do Masp. Autora premiada, ganhou o prêmio Jabuti de Livro do Ano em 1999 com As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. Dirigiu a coleção História do Brasil Nação em seis volumes, lançados pela Objetiva/ Fundação Mapfre, sendo três deles indicados para o Jabuti. Sua bibliografia não para de crescer: além de obras como O espetáculo das raças, O Sol do Brasil, Nem preto nem branco, muito pelo contrário, entre outras, escreveu com a historiadora Heloisa M. Starling o livro Brasil: Uma biografia, onde traçam um retrato de corpo inteiro do país, mostrando como o longo processo de embates e avanços sociais inconclusos definiram o Brasil. Em 2017, publicou a monumental biografia Lima Barreto: Triste visionário, resultado de mais de dez anos de pesquisa sobre a vida e a obra do autor de Policarpo Quaresma. Atualmente, Lilia Moritz Schwarcz também mantém uma coluna semanal no site Nexo.

 

5 – Ana Cristina Cesar

Poeta, jornalista, tradutora e crítica literária: Ana Cristina Cesar nos deixou um grande legado com seus escritos. Nascida no Rio de Janeiro em 1952, tornou-se uma das mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970. Em sua obra, conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino – pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época. Em 2013, seus poemas estrearam na Companhia das Letras no volume Poética, que reuniu toda a sua produção de poesia, publicada em livros como Cenas de abril, Correspondência completa, Luvas de pelica e A teus pés – além de poemas inéditos e dispersos. Em 2016, ano em que foi homenageada na Flip, lançamos Crítica e tradução, volume que reúne textos, artigos e ensaios de Ana sobre poesia, ficção e cinema.

 

6 – Angélica Freitas

Se falamos de Ana Cristina Cesar e Hilda Hilst, que foram tão importantes em falar do feminino em seus poemas e prosa, não podemos esquecer de Angélica Freitas, uma das vozes mais destacadas da poesia atual. Seu primeiro livro, Rilke Shake, foi lançado em 2007 – e deverá ganhar uma nova edição ainda em 2018 pela coleção Poesia de Bolso. Já sua coletânea mais conhecida, Um útero é do tamanho de um punho, publicada originalmente em 2012, foi relançada no ano passado pela Companhia das Letras. Neste livro, Freitas reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. A autora subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino, anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos, e joga luz – com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado – sobre o nosso tempo.

 

7 – Virginia Woolf

Virginia Woolf não poderia ficar de fora da nossa seleção. Foi um dos maiores nomes do romance modernista e uma de suas vozes femininas pioneiras, que influenciou escritores em diversos países graças a livros como Ao farol, As ondas e Orlando. Esteve à frente, com o marido Leonard, do círculo intelectual que viria a ser conhecido como Grupo de Bloomsbury, do qual fizeram parte, entre outros, o economista Keynes e o filósofo e matemático Bertrand Russell. Da autora, o selo Penguin-Companhia publicou dois livros: Orlando, considerado seu romance mais popular, e Mrs. Dalloway, grande marco do romance modernista, pioneiro na exploração do inconsciente humano por meio do fluxo de consciência de suas personagens. Virginia Woolf é uma autora clássica que não pode faltar na sua estante.

Confira mais 13 autoras extraordinárias clicando aqui.

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