Resenha: O Reino Selvagem de Simon David Eden

Fantasia. Um enredo repleto de ação que torna a leitura dinâmica e surpreendentemente instigante.

cinco flores

Quando Will-C, o gato de estimação da adolescente Drue, desaparece, ela não imagina que seu sumiço tenha a ver com uma iminente revolução, tramada nos recônditos das florestas de todo o mundo. O reino animal declara guerra aos humanos que, por séculos, destroçaram o que lhes é mais caro: o meio ambiente, o seu habitat, a sua casa.

Nesse imenso e intenso conflito de proporções globais, os pets ficam numa encruzilhada quando precisam escolher o lado a apoiar: se o dos seus donos, dos homens, ou dos seus colegas naturais, os animais. Se o peludo e simpático Will-C tem dúvidas de que partido tomar, sua devotada e amorosa dona sabe muito bem o que precisa fazer: resgatar seu querido amigo e companheiro.

Reino Selvagem vai além de uma aventura animal de proporções épicas e fantásticas, é a história de um amor verdadeiro, que irá emocionar, alertar e inspirar humanos, donos ou não de animais de estimação.

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Resenha

Tenho me surpreendido bastante com livros de fantasia juvenis. Comecei a leitura de O Reino Selvagem sem nenhuma expectativa e quando dei por mim estava totalmente envolvida com a história e desesperada por mais. Confesso que solicitei esse livro pela capa (sim, eu achei linda) apesar de ter gostado da sinopse e o que posso dizer é que não teria feito escolha melhor. O livro é simplesmente fantástico!

Drue Beltane vive uma vida um pouco diferente da maioria das pessoas que ela conhece. O pai, Quinn Beltane é vegano e vive uma vida sustentável em harmonia com a natureza e os animais. Desde criança Drue foi ensinada a respeitar animais e o ambiente. Com 12 anos ela mora apenas com seu pai em uma casa antiga que está na família por gerações. A garota perdeu a mãe a 3 anos e ainda sente muito a perda, mas com a ajuda do pai e do seu melhor amigo Will-C (um gato de 3 pernas) ela vai enfrentando suas dores e dificuldades.

Will-C foi o responsável por tirar Drue da melancolia que ela se encontrava pós-perda da mãe e desde então os dois tornaram-se amigos inseparáveis. Um belo dia seu melhor amigo desaparece e para o desespero de Drue ninguém consegue encontrá-lo. Ela inicia uma busca pela cidade distribuindo cartazes e descobre que outros animais de estimação desapareceram em diversas cidades do país.

Drue não fazia ideia que existia um mundo paralelo onde os Animalis se organizavam assim como os humanos. Will-C faz parte do Conselho Regional dos Animalis e foi convocado para uma reunião da Grande Cúpula onde decidiriam o futuro da humanidade. Com sua memória fotográfica, o gato registra informações importantes e estava ao seu cargo guardar tudo que o Conselho de Anciões estava falando sobre a Sexta Onda, os questionamentos a respeito da destruição que os humanos estavam fazendo às reservas naturais do planeta, ao meio ambiente e extinção de espécies.  Os humanos são os piores predadores que já existiram na face da terra e os Animalis não poderiam mais conviver com isso. Uma luta de vida ou morte e o caos se instaurou.

E assim ficou decidido. Houve a revolta dos animais e o caos se instaurou. Sem nenhuma comunicação, sem acesso à comida e água, os humanos sucumbiram e os Animalis dominaram a terra. Mas, nem tudo são flores, pois dentre os Animalis existem aqueles que foram contra essa carnificina (animais domésticos) e foram perseguidos por seus semelhantes, além dos sobreviventes humanos. Os animais que se recusaram a atacar seus donos foram tidos como traidores e a ordem era eliminar os traidores e qualquer humanos que por ventura tenha sobrevivido ao ataque em massa.

O pai de Drue percebendo o que estava pra acontecer e pressentindo que o sumiço de Will-C não era algo aleatório, escondeu a filha em um esconderijo na lareira e deu a ordem pra ela não sair de lá de forma nenhuma até que ele voltasse. Claro que a menina, curiosa do jeito que é, não obedeceu ao pai e saiu do esconderijo. O que ela viu pode ser definido como o completo caos. Os animais estavam por todos os lados, tudo quebrado e quando eles percebem sua presença a vida de Drue corre perigo e quando ela pensa que vai morrer uma águia a salva e toda a trama começa a se desenrolar a partir desse ponto.

Como falei no início dessa resenha, comecei a leitura sem muitas expectativas e me deparei com uma história fascinante. Confesso que nas primeiras 50 páginas não gostei muito do que estava lendo, mas depois disso, quando me dei conta, já tinha terminado o livro e queria desesperadamente a continuação.

Claramente encontramos referências fortíssimas à Crônicas de Nárnia, A Revolução dos Bichos, Arca de Noé e catástrofes históricas. Num universo imerso no caos, o autor criou uma história dinâmica, fascinante e muito inteligente que leva o leitor a pensar em suas atitudes contra a natureza e quais efeitos isso pode acarretar. É bem verdade que estamos falando em ficção, mas a história parece tão real que me peguei pensando que algum dia essa revolta pode realmente acontecer. E se isso acontecer, que Deus nos ajude…

Me apaixonei pela narrativa de Simon. Os personagens são marcantes e apaixonantes. O enredo é bem original, apesar das referências e o leitor é surpreendido a todo momento. A narrativa também tem um lado sobrenatural que me deixou fascinada e estou esperando ansiosamente para que ele seja mais explorado no segundo livro.

Drue começou como uma menina impulsiva e conforme as coisas foram acontecendo, acompanhamos o crescimento dessa personagem que amadureceu lindamente diante de nossos olhos. O final é de deixar qualquer um em desespero porque ele acaba no ápice dos acontecimentos. O autor está concluindo o segundo livro e espero que seja lançado em breve aqui no Brasil.

Um livro cheio de aventura, conspirações, mistério e um clima sobrenatural. Com toda certeza vai agradar a leitores de todas as idades!

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