Resenha | Uma questão de química (Bonnie Garmus)

Romance | Uma questão de química é uma aula de incentivo para nós mulheres.

Sinopse

Traduzido para 35 idiomas, Uma questão de química conta a história de Elizabeth Zott, uma brilhante cientista que vê sua vida mudar quando se torna a estrela de um programa de culinária na televisão.

Elizabeth Zott é uma talentosa química que só quer realizar sua pesquisa em paz. Infelizmente, no início dos anos 1960, a comunidade científica não tem uma visão muito igualitária dos gêneros. No instituto em que ela trabalha, os homens a silenciam e sabotam diariamente. Parecem todos determinados a ir às últimas consequências para atrapalhar sua carreira.

Todos menos um. Calvin Evans, o introvertido e brilhante pesquisador idolatrado no instituto, é o único que vê Elizabeth além das aparências e a trata como igual. Contrariando todas as expectativas, ele se apaixona pela inteligência dela, e a química que surge entre eles é avassaladora.

Mas a vida é imprevisível como a ciência. Por isso, alguns anos depois, Elizabeth se vê criando a filha pequena com a ajuda apenas de seu cachorro e de uma vizinha e, por um capricho do destino, se torna a maior estrela do programa de televisão mais visto e adorado dos Estados Unidos, Jantar às Seis.

Sua abordagem incomum da culinária se mostra revolucionária e ela acaba virando o grande fenômeno da nação. Porém nem todos estão felizes com seu sucesso, porque, no fundo, Elizabeth não está apenas ensinando a cozinhar, mas desafiando as mulheres a pensar – e a transformar seu papel no mundo.

Minha opinião

Iniciei a leitura deste livro sem muitas expectativas e me surpreendi com o quanto ele é incrível. Elizabeth Zott é uma mulher inspiradora, que luta com todas as forças por aquilo em que acredita. Uma questão de química é uma aula de incentivo para nós mulheres.

Uma mulher vivendo nos Estados Unidos, na década de 60, não tinha voz e nem direitos. Ela era educada apenas para ser esposa e mãe, e, se trabalhasse fora, no máximo ocuparia o cargo de secretária, datilógrafa ou professora. Apenas as mais ousadas se arriscavam a fazer uma faculdade. Direitos? Apenas o de permanecer calada diante das injustiças.

É nesse quadro que conhecemos Elizabeth, uma mulher à frente do seu tempo, cientista brilhante e não reconhecida por ser uma mulher. Enfrentou diariamente todas as dificuldades impostas pelo machismo, mas nunca baixou a cabeça ou deixou ser intimidada. Eu amei a determinação dessa personagem!

A história é muito envolvente e me despertou vários sentimentos: raiva, indignação, solidariedade, empatia, reconhecimento, identificação, tristeza. Também me fez perceber que, apesar de termos conquistado muitas coisas, ainda falta muito para vivermos em uma sociedade onde os direitos são iguais e as mulheres são respeitadas.

Os personagens são do tipo que você ama ou odeia. A pequena Mad é encantadora, Harriet é maravilhosa, o reverendo Wilson é de uma sabedoria incrível, Walter é um amigão, mas o meu preferido mesmo é o Seis e meia. Eu amei a narradora colocar os pensamentos do cachorro na história!

As reviravoltas me surpreenderam. Sofri muito e ainda não superei o que acontece com Calvin. Fiquei com muito ódio ao descobrir o que o bispo fez com ele. A narrativa tem alguns furos e algumas explicações que não me convenceram, mas isso não tirou em nada a beleza do livro.

Uma leitura maravilhosa, agridoce e inspiradora. Com certeza entrou para a lista de melhores leituras do ano!

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