Resenha: Nefilins de M. Marques

Fantasia. Com um início que me deixou bastante confusa, porém instigada, Nefilins me conquistou no momento em que me situei e me acostumei com o universo criado por M. Marques. O livro é cheio de ação, nos deixa com milhões de perguntas (algumas sem respostas, propositalmente) e desesperados com o final de tirar o fôlego!

Sinopse

O pior e o melhor de uma cidade em que tudo acontece e não existem coincidências. Bala perdida, assassinato, sequestro relâmpago, corrupção, tráfico de armas e guerra de facções encadeados de forma única, tendo como principal personagem um Rio de Janeiro sincrético e místico, cujas histórias e belezas passam despercebidas por seus habitantes. Por meio de uma visão do Papa Leão XIII, uma verdade aterradora é revelada: a Igreja será controlada pelo Mal. Passado pouco mais de um século, Monsenhor Essheight lidera a instituição mais poderosa da Igreja e está disposto a tudo para concretizar a visão do Papa cuja instituição leva o nome. Do lado do Mal, Balrog – o demônio escolhido por Lúcifer – ajusta os últimos detalhes à tomada do poder, a ser sacramentada no Brasil, país com o maior número de católicos no mundo, mais especificamente no Rio de Janeiro. Só não contava que seu plano perfeito forçaria a saída dos Nefilins – mistura de homens com anjos – e de Rafael do seu anonimato. Este último, um jovem sem pleno conhecimento do que seu irmão Mehiel é, assim como desconhece sua própria verdade. É alguém, enfim, que dorme em ignorância. Despertá-lo é o que tanto Essheight quanto o Mal querem evitar a todo custo.

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Resenha

Você gosta de livros de fantasia com temática angelical? Se você gosta, te convido a conhecer Nefilins do M. Marques. 

Em Nefilins temos a cidade do Rio de Janeiro como cenário. A criminalidade, o tráfico de drogas e de armas, assassinatos,  e acordos escusos,  caminham lado a lado com uma cidade rica em belezas naturais. É exatamente esse ambiente, com os dois lados da moeda (o belo e o feio), que o autor insere o leitor com sua narrativa rica e detalhada. Ele brinca com o leitor, despertando em nós o sentimento de medo (o submundo do crime) e o desejo de passear pelas belas ruas da cidade. Me senti caminhando por cada canto do Rio, junto aos personagens.

É difícil contar nessa resenha partes da história, pois a menor informação que eu der, será um grande spoiler, tirando do leitor o fator surpresa. Acredite, vocês encontrarão muitas surpresas… Mas, posso dizer que dentro das 332 páginas, vivenciamos a luta entre o bem e o mal de uma forma nada convencional, que acaba chocando um pouco o leitor. Aquilo que esperamos lutar pelo lado do bem, nem sempre é o que toma essa decisão…

De um lado nós temos demônios e um grupinho seleto da igreja, lutando para se fazer cumprir uma visão do Papa Leão XIII, que presenciou um bate papo de Jesus com Lúcifer, onde o mesmo afirmou que a igreja seria dominada pelo mal. 

Do outro, 4 jovens que precisam esconder quem realmente são, – ou serão caçados até a morte – que lutam com todas as forças para evitar que o mal domine a humanidade e os mate no meio do caminho. Não, não é aquela historinha onde os renegados da sociedade são os verdadeiros mocinhos… é bem mais que isso, e é justamente isso que deixa a história tão interessante!

Bom, a narrativa em terceira pessoa é intercalada entre a visão de 3 dos nossos protagonistas e isso nos aproxima ainda mais da história. Confesso que as subtramas que se apresentam no início do livro, e a forma na qual o autor escolheu para narrar, me deixaram confusa, dando uma impressão de que a trama central não caminhava. Na verdade, ela estava caminhando e eu quem não notei isso de imediato. Minha leitura inicial foi bem lenta, mas depois que entendi o que estava acontecendo, a coisa deslanchou e fluiu melhor. 

Um ponto que me incomodou um pouco na história foi o fato do autor nos apresentar fatos, nomenclaturas e algumas coisas sem uma explicação prévia, me deixando com a impressão de que estava lendo um segundo livro e que havia perdido algo. Milhões de perguntas rondaram minha cabeça e algumas ficaram sem respostas. Conversando com o autor sobre essas pontas soltas, o mesmo me informou que isso foi proposital, pois as respostas virão no segundo livro. E por falar em segundo livro…

O final de Nefilins é totalmente desesperador. Eu fiquei chocada com o desfecho e muito desesperada pela continuação. Junte o desespero de achar que “tudo que fizeram foi em vão” com “mas o que vai acontecer agora?” , e com várias perguntas sem resposta, que você vai se deparar com uma leitora curiosa arrancando os cabelos e querendo matar o autor! 

Em resumo: com um início que me deixou bastante confusa, porém instigada, Nefilins me conquistou no momento em que me situei e me acostumei com o universo criado por M. Marques. O livro é cheio de ação, nos deixa com milhões de perguntas (algumas sem respostas, propositalmente) e desesperados com o final de tirar o fôlego!

Livro mais do que recomendado para o público jovem adulto que gosta de fantasia sobrenatural com uma pitada de suspense!

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