Suspense. O Perfume é aquela leitura densa, intensa, dolorosa e com muitas coisas nojentas. Somos apresentados ao lado mais podre e cruel do ser humano. Sentimos a avareza, cheiramos a podridão do interesse, comemos os restos podres da humanidade. Junto com Grenouille adentramos ao submundo e vivemos como os ratos…
Sinopse
França, século XVIII. O recém-nascido Jean-Baptiste Grenouille é abandonado pela mãe junto a restos de peixes em um mercado parisiense. Rejeitado também pela natureza, que lhe negou o direito de exalar o cheiro característico dos seres humanos, pelas amas-de-leite e por instituições religiosas, o menino Grenouille cresce sobrevivendo ao repúdio, a acidentes e doenças. Ainda jovem descobre ser dotado de imensa sensibilidade olfativa e parte em busca da essência perfeita, do perfume que lhe falta para seduzir e dominar qualquer pessoa. Nessa busca obsessiva, ele usurpa a essência dos corpos de suas vítimas.
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Resenha
Durante toda minha vida de leitora poucos foram os livros que conseguiram me deixar enojada. Nem os livros do Stephen King me deixaram tão perturbada – olfativamente – quanto O Perfume de Patrick Suskind. Devo ser uma das poucas pessoas que ainda não assistiram ao filme. Confesso que estou pensando seriamente em não assistir se ele for fiel a pelo menos 1/3 do livro.
Já tem um bom tempo que queria ler a obra, mas o que realmente me levou a colocá-lo em minha lista de leituras foi a série, de mesmo nome, que estreou recentemente na Netflix. Apesar de ter sido baseada no romance, os elementos da série diferem muito do enredo do livro, mas é tão perturbadora quanto o nosso Grenouille.
O século é o XVIII e somos apresentados à uma França imunda, fétida, abarrotada de pessoas tão sujas quanto a cidade. Desde o seu nascimento o pequeno Grenouille foi um rejeitado, considerado um estorvo e sua sobrevivência dependeu única e exclusivamente de sua enorme vontade de viver (ou sobreviver?). Ainda criança, Jean-Baptiste descobriu o seu olfato diferenciado, capaz de definir os mais frágeis odores, mesmo estando distante. A ironia do destino é que o próprio Grenouille nasceu sem odor nenhum. Ele não tinha cheiro humano, nem de bicho, nem de coisa alguma e isso afastava as pessoas dele, o levando à uma vida miserável.
Grenouille cresceu sem família, sendo explorado, sem noção do que era certo e errado com um único objetivo: tomar posse do odor que faria qualquer pessoa reconhecê-lo como alguém. Para isso, foi capaz de cometer muitas atrocidades.
Bom, apesar das 3 estrelas, achei o livro incrível. É aquela leitura densa, intensa, dolorosa e com muitas coisas nojentas. Somos apresentados ao lado mais podre e cruel do ser humano. Sentimos a avareza, cheiramos a podridão do interesse, comemos os restos podres da humanidade. Junto com Grenouille adentramos ao submundo e vivemos como os ratos…
Precisei de diversos momentos de pausa durante a leitura para respirar tão pesada é a narrativa. E foi justamente a narrativa que me fez classificar o livro como bom. O enredo tem muitos momentos entediantes. O autor vagueia demais em assuntos irrelevantes para a história. Apesar de ter compreendido o sentido do que ele fez, me incomodou muito a narrativa arrastada e os rodeios na história. Achei o final muito corrido também.
E o final… Ah, o final! O desfecho do livro foi algo cruel, inesperado, repugnante e muito pesado. Definitivamente essa não é uma leitura para quem tem estômago fraco.
Se você gosta de um bom suspense, de personagens onde a desgraça o acompanha e momentos de revirar o estômago, O perfume é mais do que indicado para você.