Resenha: Contagem Regressiva de Ken Follett

Ficção Histórica. A corrida espacial encontra-se a todo o vapor. Os Estados Unidos estão sofrendo uma grande pressão para lançarem um foguete ao espaço, já que a Rússia conseguiu por o seu primeiro satélite em órbita. Em meio a esse cenário histórico, um homem acorda sem memórias em um banheiro da estação ferroviária. Quem ele é? Ele é um mendigo? Por que a CIA o segue? Qual a relação dele com o foguete que está para ser lançado em Cabo Canaveral? Ken Follet nos deixa cheios de dúvidas a medida que vai costurando todos os detalhes durante a trama.

Certa manhã, um homem acorda no chão de uma estação de trem, sem saber como foi parar ali. Não faz ideia de onde mora nem o que faz para viver. Não lembra sequer o próprio nome. Quando se convence de que é um morador de rua que sofre de alcoolismo, uma matéria no jornal sobre o lançamento de um satélite chama sua atenção e o faz desconfiar de que sua situação não é o que parece.
O ano é 1958 e os Estados Unidos estão prestes a lançar seu primeiro satélite, numa tentativa desesperada de se equiparar à União Soviética, com seu Sputnik, e recuperar a liderança na corrida espacial.
À medida que Luke remonta a história da própria vida e junta as peças do que está por trás de sua amnésia, percebe que seu destino está ligado ao foguete que será disparado dali a algumas horas em Cabo Canaveral.
Ao mesmo tempo, descobre segredos muito bem guardados sobre sua esposa, seu melhor amigo e a mulher que ele um dia amou mais que tudo. Em meio a mentiras, traição e a ameaça real de controle da mente, Luke precisa correr contra o tempo para conter a onda de destruição que se aproxima a cada segundo.

Links: Skoob | Comprar: SaraivaSubmarinoAmazon

Resenha

Para compreender bem a leitura você deve focar no quarteto principal: Luke, que acorda sem memórias e busca entender o que aconteceu com ele; Elspeth, esposa de Luke; Anthony, melhor amigo de Luke e um dos figurões da CIA; e Billie, a mulher que Luke sempre amou. Um quarteto que se conhece há mais de vinte anos, e já passou por vários momentos juntos.

Quando Luke acorda sem memórias, nós, leitores, somos levados ao sentimento de confusão que o personagem está sofrendo e seguimos junto com ele na busca por respostas. Luke não acredita ser um mendigo, e, ao ler sobre o lançamento do foguete Jupiter C em um jornal, tem a sensação de que de alguma forma aquilo lhe diz respeito. Movido por uma necessidade de descobrir quem ele é, Luke parte em busca de respostas, e nós somos levados juntos.

A narrativa não é totalmente linear, e por vezes, estamos em um capítulo do passado, e é assim, de fragmento em fragmento, que os personagens vão crescendo, e nós começamos a entender quem são, o que passaram, e como tudo isso contribuiu para que chegassem até aquele ponto.

“– A guerra me ensinou que nada é tão importante quanto a lealdade.
– Que besteira. Você ainda não aprendeu que, quando as pessoas estão sob pressão, todas estão dispostas a mentir.
– Até para quem elas amam?
– Mais ainda para quem amam, porque se importam demais com essas pessoas. Por que você acha que dizemos a verdade aos sacerdotes, psiquiatras e estranhos que conhecemos no trem? Porque nós não os amamos, por isso não nos importamos com o que eles porventura pensem.”

Como sempre, Follett me faz odiar um personagem com todas as minhas forças. Okay. Eu entendo que ele estava movido pelas suas convicções e acreditava estar fazendo tudo pelo bem do país, mas no panorama geral, tudo estava muito errado. E isso me fez pensar em nosso cenário político atual, quantas pessoas tomam medidas errôneas acreditando cegamente estarem fazendo o melhor para o todo?! Dá até medo de imaginar os números.

Cada vez que eu leio uma nova obra do autor, eu fico ainda mais fascinada com sua capacidade de fazer uma pesquisa histórica tão fantástica e criar tramas tão verossímeis. Será que realmente não houve um Luke? Fica o questionamento. Follett possuo sua fórmula de sucesso, e finalmente eu consigo identificá-la e dizer que eu amo. Por mais que ele coloque milhares de personagens para tecer sua trama, sempre há  um quarteto principal e se você focar neles fica bem mais fácil de acompanhar o ritmo da leitura.

Foi um livro muito interessante, o ritmo de leitura não engrenou para mim logo de primeira, e o começo seguiu um pouco arrastado, mas a medida que Luke vai descobrindo pequenos pedaços do que houve com ele, o ritmo foi acelerando, e devo dizer que o final valeu cada segundo de leitura. Recomendo para todos os amantes de uma boa ficção histórica.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Comentários

comments