Literatura Cristã. De uma forma bem simples, mas ao mesmo tempo muito profunda, o autor direciona o leitor a reflexões muito profundas a respeito de alguns mistérios da fé cristã. O texto é envolvente e de uma simplicidade tão constrangedora que me peguei por diversas vezes querendo chegar ao final para assimilar ainda mais aquelas palavras, mas ao mesmo tempo sem querer que o livro acabasse, por ser uma leitura tão rica e prazerosa. Li devagar, absorvendo e digerindo cada pedacinho.
Nesta parábola moderna, C. Baxter Kruger, autor de De volta à cabana, aborda os grandes mistérios da fé cristã à luz de uma visão inclusiva e sensível dos evangelhos, numa interpretação surpreendente que vai abalar nossas maiores certezas sobre o significado das palavras de Jesus.
Enfrentando uma séria crise existencial, o teólogo Aidan estava exausto, deprimido, questionando o sentido da vida e a própria fé – até que ele é transportado de volta no tempo e se vê na ilha de Patmos, em companhia do apóstolo João.
Ao longo de três dias de conversas emocionantes, o discípulo de Jesus provoca em Aidan reflexões que todos os seus anos de estudo bíblico não foram capazes de suscitar.
Dividido entre a crença e a desconfiança, ele é levado a encarar suas maiores dúvidas, seus traumas e seus fantasmas, e acaba fazendo descobertas que colocam em xeque todas as convicções que guiaram sua vida até então.
São João, por sua vez, não pode conter a curiosidade e quer saber tudo sobre o desenrolar da história e os rumos da Igreja, ao mesmo tempo que apresenta a seu hóspede todas as ferramentas de que ele precisa para alcançar a própria libertação.
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Resenha
O apóstolo João sempre foi um dos discípulos de Jesus que eu mais amo. Seu evangelho, as cartas e o próprio livro do Apocalipse, são leituras que já li e reli por diversas vezes. A escrita do apóstolo transmite o amor que o Senhor Jesus deixou como ensinamento para a humanidade e esse amor pode ser sentido em cada uma das palavras de João. Não é à toa que ele é o apóstolo amado de Jesus.
Quando vi o livro dentre os lançamentos da editora Sextante, não exitei em solicitar. Eu precisava ler e além de conhecer um pouco a escrita (e as ideias) de C. Baxter Kruger, pude me encantar com essa parábola moderna e sentir um pouquinho de inveja de Aidan, por não poder passar um tempo ao lado de um dos homens que mais admiro.
“- Tudo foi criado pelo Pai e pelo Filho, que é a Palavra. O amor do Pai e do Filho está no centro de todo o cosmos, o cosmos! – Ele me encarou. – Inclusive você e sua vida. E o Filho, que está frente a frente com o Pai, se fez carne para que nós também pudéssemos conhecer o Pai. E…”
A Revelação é uma parábola moderna (como falei acima) que nos apresenta um bate papo de Aidan – um teólogo que está passando por uma crise existencial, sofrendo com depressão, exausto e sem vontade de viver – com o Apóstolo João. De alguma forma, Aidan é levado por Espírito Santo até a caverna onde João se escondia na Ilha de Patmos e lá, Jesus dá início à cura de seu coração mutilado.
Ao longo dos três dias na ilha, Aidan e o apóstolo conversam sobre verdades e mentiras, tristeza e alegria, descrença e fé, de uma forma que leva o teólogo (e nós leitores) a refletir sobre tudo o que aprendeu durante sua caminhada cristã.
“- Jesus é muito maior do que podemos imaginar e tão bom quanto grandioso! Ninguém pode superestimá-lo. E seu pai… – ele fez uma pausa e respirou fundo. – O mistério do relacionamento deles, que estou apenas começando a entender, eu o vejo, é lindo além do pensamento. Tudo, tudo está no relacionamento entre eles. É o ventre do cosmos. Jesus é o centro de tudo.”
De uma forma bem simples, mas ao mesmo tempo muito profunda, o autor direciona o leitor a reflexões muito profundas a respeito de alguns mistérios da fé cristã. O texto é envolvente e de uma simplicidade tão constrangedora que me peguei por diversas vezes querendo chegar ao final para assimilar ainda mais aquelas palavras, mas ao mesmo tempo sem querer que o livro acabasse, por ser uma leitura tão rica e prazerosa. Li devagar, absorvendo e digerindo cada pedacinho.
Não sei vocês, mas acredito que muitas pessoas (eu estou inclusa) veem os grandes homens da Bíblia como seres tão santos que é quase impossível tentar se parecer com eles. O que é um grande erro de nossa parte, porque são homens cheios de defeitos e erros como nós, mas que se diferenciam (por diversas vezes) de nós simplesmente por terem uma fé inabalável em Deus. O que eu mais gostei e mais me aproximou da leitura, foi justamente o fato do autor demonstrar o lado humano do apóstolo João, deixando-o “mais próximo” de nossa realidade. Isso fez eu me transportar para dentro da caverna junto com Aidan e me sentir ali, tão presente no local quanto os personagens.
“- Escute – sussurrou ele enquanto o texto parecia seguir sua mão. – O evangelho não é a boa-nova de que nós podemos receber Jesus na nossa vida. O evangelho é a boa-nova de que Jesus nos recebeu na vida dele. União, meu filho.”
Fui muito impactada por essa leitura e recomendo a todos que queiram conhecer um pouco mais sobre o significado do sacrifício de Jesus na cruz e principalmente o que ele quer dizer com “Naquele dia compreenderão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.“