Resenha: As mentiras de Locke Lamora de Scott Lynch

Fantasia. Se tem uma coisa que eu mais amo, são personagens politicamente incorretos como protagonistas. Engenhosos e ardilosos, que bolam planos mirabolantes para conseguir alcançar seus objetivos. E, Locke Lamora preenche esses requisitos, e até os eleva a um novo nível.

 

O Espinho é uma figura lendária: um espadachim imbatível, um especialista em roubos vultosos, um fantasma que atravessa paredes. Metade da excêntrica cidade de Camorr acredita que ele seja um defensor dos pobres, enquanto o restante o considera apenas uma invencionice ridícula.
Franzino, azarado no amor e sem nenhuma habilidade com a espada, Locke Lamora é o homem por trás do fabuloso Espinho, cujas façanhas alcançaram uma fama indesejada. Ele de fato rouba dos ricos (de quem mais valeria a pena roubar?), mas os pobres não veem nem a cor do dinheiro conquistado com os golpes, que vai todo para os bolsos de Locke e de seus comparsas: os Nobres Vigaristas.
O único lar do astuto grupo é o submundo da antiquíssima Camorr, que começa a ser assolado por um misterioso assassino com poder de superar até mesmo o Espinho. Matando líderes de gangues, ele instaura uma guerra clandestina e ameaça mergulhar a cidade em um banho de sangue. Preso em uma armadilha sinistra, Locke e seus amigos terão sua lealdade e inteligência testadas ao máximo e precisarão lutar para sobreviver.

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Resenha

Locke Lamora está bem longe de ser um simples ladrãozinho ou vigarista, como você possa estar pensando. Ele pode até ter começado assim, mas ao longo dos anos, e sob a tutela “correta”, ele tornou-se algo único, e juntamente com o seu bando, os Nobres Vigaristas, vão conseguindo dinheiro na cidade de Camorr. Golpes ousados, super elaborados e extremamente arriscados.

A narração segue no presente, mas com “interlúdios” que nos levam para o passado, e vamos acompanhando como os personagens foram virando aquilo que eles são. Logo no comecinho vemos o surgimento do Locke, um pequeno órfão que seguiu por vontade própria o grupo comprado pelo Aliciador, e logo está nas ruas roubando e criando distrações elaboradas, até que, ele acaba criando uma confusão que jamais imaginaria ser capaz e é vendido para Correntes, que posso afirmar aqui, e todos irão concordar comigo após a leitura, foi a peça chave para ajudar Locke a se tornar o “Espinho de Camorr”.

Eu já conhecia a escrita do autor de um conto que li no livro O príncipe de Westeros e outras histórias, também publicado pela editora Arqueiro, mas, neste primeiro volume de os Nobres vigaristas, pude compreender todo o universo fantástico que Lynch criou, o humor, sarcasmo e genialidade presentes no texto, e seu completo desapego pelos personagens. Isso acabou me deixando tensa em muitos momentos e bastante irritada em outros (e até nas lágrimas, eu culpei a TPM).

Uma fantasia sem igual que agrada não só os fãs do gênero, mas acredito que qualquer leitor ficaria preso no meio dessa trama. Jogos políticos, um universo bem construído, um humor agradável e inteligente. E, principalmente, Nobres Vigaristas apaixonantes. Uma leitura que recomendo sem pensar duas vezes!

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