Resenha: Vinte de Branca Sobreira

Contos. Aquela leitura que não tem como explicar e que precisa apenas ser sentida.

cinco flores

Escrever é pensar pelas mãos. A mão parece compreender emoções mais honestamente que a cabeça ou o coração. Estamos perdidos, sem saída, e irritantemente corretos na busca eterna do erro. Não estamos em tempos de grandes histórias, mas sim do ínfimo, do mísero, do detalhe, do frágil, do banal. O que Branca Sobreira faz no livro 20 é sobretudo um exercício de olhar. Rever o outro, cuidadosamente, e buscar no outro a incompreensão de nós mesmos. Ela se dispôs a capturar essências das relações que a circundam, seus enlaces e desenlaces.

Cada pequeno, por vezes minúsculo, conto é responsável por delinear um universo próprio, que é aquele das relações humanas. Cada conto é como ilha flutuante, manifesta-se no ar, preso somente éus. O movimento é o balançar de uma onda, constante, como se cada palavra pudesse com a sua leveza se dissolver em água.

Trecho da orelha escrito por Samantha Canovas

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Resenha

Vinte é um livro difícil de explicar. É uma leitura que nos deixa sem saber o que falar. Sabe por que? Porque ele é um livro para ser sentido e não explicado. Nem sempre possuo a mesma habilidade da autora, a de transcrever sentimentos, mas vou tentar. Juro.

Vinte é um livro de contos. Bem fininho. Possui apenas 56 páginas, mas ele é imenso quando falamos sobre sentimentos. O que Branca Sobreira conseguiu fazer nesses contos (por vezes micro contos) é incrível. Ela conseguiu captar a essência de momentos e transformar isso numa história. Seja um simples momento de colocar uma panela no fogo, de participar de uma manifestação ou até mesmo um momento de devaneio, a autora expressa em palavras esses pequenos momentos e nos presenteia com uma enxurrada de sentimentos.

(…)O veneno você me deu no primeiro beijo roubado, no segundo eu quis te dar. No terceiro minha morte já estava próxima e no quarto não havia mais pra onde fugir. (…)

Fiquei encantada com a capacidade dela de observar, de captar pequenos fragmentos de um momento e de transformar isso numa história. História essa que leva o leitor a invadir os sentimentos do personagem e tentar compreender o incompreensível.

Vinte não deve ser explicado. Ele deve ser sentido. E você precisa ler para conseguir senti-lo. Não conseguirei, com minhas palavras, fazer você compreender a essência desse livro. Leia e compreenda por você mesmo!

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