E essa poesia nasceu em meio a canções nordestinas e a tradição desse povo maravilhoso! Fuxico? Só se for de pano…
Fuxico
Não venha fuxicar
Que o rapaz não sabe trabalhar
E “ela só quer, só pensa em namorar”
Que a beata esqueceu do terço rezar
E o padre foi embora,
Sem ninguém abençoar.
Não me venha fazer fuxico
Que fulano deixou de ser rico
Que sicrano só olha o seu umbigo
Que beltrano não serve para amigo
Isso nada tem a ver comigo
Pegue suas contas pra pagar.
Fuxico só se for de pano
De estampas coloridas
Que serve para trajes,
Enfeites, passadeiras, fitas
Do artesanato alagoano
Quer fuxicar?
Diga quantos amores deixou partir
Que teve medo de se aventurar
Que Decidiu não sorrir
Que passou a resmungar
E na vida alheia interferir.
Você veio com fuxico
Vai voltar com um conselho:
Olhe-se mais no espelho
Cuide mais da sua vida
Escolha um ponto de partida
Invente um novo roteiro.
Troque o azedo pelo doce,
Nas relações seja inteiro,
Agradeça o que a vida lhe trouxe
Sossegue no travesseiro.
Para essa tristeza que ofusca a alma,
Esse cansaço que arria os ombros,
Essa angústia que trava o riso
E Essa dor que afasta os sonhos,
É só colocar uma ideia no juízo
E declarar o tempo inteiro,
Que não quer saber de fuxico,
Que Cada um se vire,
Que Arranje um meio.
Porque eu já disse, repito, está feito:
Fuxico, só se for de pano,
Alegre, florido, sortido
Vendido nas lojas, nas feiras,
Do artesanato alagoano.