Poesia: Tormento (Mírian Monte)

Esta poesia foi feita “a pedido”. No Instagram, uma amiga me pediu uma poesia que descrevesse as agruras de uma paixão não correspondida. Espero ter correspondido!!

A poesia é inédita e deixei a para publicá-la aqui, no blog.

Tormento

O que faço com o desejo
De tocar teus cabelos,
De roubar os teus beijos,
De Sentir teu cheiro,
De Ver-te dançando
E cantando para mim?

O que faço com o passado
Que está sempre presente,
Por refletir um futuro,
Que era tão claro, tão certo,
Mas tornou-se obscuro
E, de súbito,
Fugiu de mim?

Onde escondo os poemas
Que me estragam o sono
Que queimam, ardem
Gritam em silêncio,
Barulho interno, intenso
Mas que tu não vais ouvir?

O que faço com a saudade
Que o meu peito invade,
Que sem dó,
nem piedade,
Retira-me toda a vaidade,
E não me deixa seguir?

Libertação espero,
Desse amor doente
Dessa paixão ausente
Que insistem,
persistem,
Que querem existir:
No vácuo
Dos versos
Pensados,
Sonhados,
Escritos,
Guardados,
Rasgados,
E Escondidos
Por mim.

Universo,
Não quero teus ombros
– Só teus ouvidos –
Escuta meu pleito
Arranja um jeito,
Sê meu amigo,
Conspira por mim,
Para que eu desperte
Do pesadelo
Desespero
sacrifício
E desse castigo
Pois quem tem amor
– não correspondido-
Sabe, desde o princípio,
Que só haverá tormento
Que não haverá unguento
Que não haverá alento
Enquanto esse sentimento
Não chegar ao fim.

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