Setembro finalmente chegou e para comemorar a partida de agosto, vamos iniciar o mês com uma entrevista com o autor! O entrevistado da vez é o Fabio Baptista, o fofolete (ele não gosta de ser chamado assim, mas chamo assim mesmo :p ). Escritor talentoso e uma pessoa que adorei conhecer, tem muito a nos contar sobre sua vida pessoal de escritor. Preparem-se para dar algumas risadas, pois além de sádico com seus personagens, ele é muito engraçadinho.
Entrevista com o Autor: Fabio Baptista
Minha Contracapa – Vamos começar com o básico: Quem é Fabio Baptista?
Fabio Baptista – Fabio Baptista é um ilustre desconhecido, um baixinho com pretensões megalomaníacas, tipo aquele rato de laboratório que queria conquistar o mundo no desenho animado (só que um pouco mais bem humorado). Isso, no mundo da literatura.
Na vida real, onde os boletos vencem no fim do mês, sou só o sal da terra. Só mais um ser humano cheio de defeitos, que fica refletindo sobre a vida na solidão silenciosa das noites de domingo.
M. C. – Estava lendo seu perfil no skoob e, apesar de ter uma explicação por lá, fiquei curiosa a respeito de sua “síndrome de Estocolmo Edipiana” em relação à cidade de São Paulo. Explique isso melhor.
F. B. – Essa cidade é a minha mãe e também minha sequestradora. E eu a amo, como mãe, como sequestradora e como mulher. Eu a amo de todos os jeitos que se pode amar. E também a odeio, todos os dias. São sentimentos tão caóticos quanto a filarmônica de buzinas de motoboys no trânsito da Rebouças. Mas, no final, o amor acaba vencendo. Sempre.
M. C. – De desenhista e roteirista para Analista de Sistema? Me explique a relação e como você foi parar nessa profissão.
F. B. – Eu gostava (ainda gosto) de quadrinhos e sempre quis trabalhar com isso. Daí, fiz colegial técnico de desenho e acabei aprendendo softwares de trabalho de imagens e tal (Photoshop, Corel…). Meu primeiro emprego foi trabalhando com esses programas. Meu patrão (o Pako, um espanhol tão filho da mãe quanto gente boa) queria que eu cuidasse do site da empresa e acabei fazendo um curso de html e javascript. Percebi que tinha facilidade com aquilo. E percebi que aquilo dava dinheiro… e foi aí que eu disse adeus aos meus sonhos de trabalhar na Marvel Comics.
M. C. – Existe algum momento em sua vida que foi o grande dia no qual você decidiu começar a escrever?
F. B. – Teve um concurso de contos promovido pelo Estadão, em 2006, mais ou menos. Eu resolvi participar e depois fiquei puto da cara porque não ganhei. Decidi que continuaria tentando, até ganhar alguma coisa. Bom… estou nessa até agora.
M. C. – Todo bom escritor também é um bom leitor. Com certeza vocÊ tem autores que te inspiram em suas aventuras literárias. Quem são?
F. B. – Eu sempre gostei muito de fantasia. E não dá pra falar de fantasia sem falar de Tolkien. Tem o Conan Doyle, que foi o cara que me fez amar a literatura. E o Bernard Cornwell, que escreveu “As Crônicas de Artur” e me deixou com um sorriso no rosto por uma vida inteira. Depois, veio o Gabriel García Márquez e sua magia com as palavras. Anton Tchekhov, que escreveu “A Brincadeira”, na minha opinião o melhor contos de todos os tempos. E, mais recentemente, Tolstói, que está me torturando e também me encantando com o infinito Guerra e Paz.
M. C. – Você tem 5 coletâneas de contos disponíveis na Amazon para seu público. Isso significa que você escreve bastante… Como é a tua rotina diária?
F. B. – Tenho tanta disciplina para escrever quanto tenho para ir à academia (bom… talvez um pouco mais, do contrário, não teria escrito tantos contos rsrs). Na verdade, não escrevo tanto quanto gostaria e não tenho uma rotina definida. Acabo escrevendo quando não chego em casa com a cabeça esgotada demais depois do trabalho. Mas isso é bem aleatório.
M. C. – Eu sei que um analista de sistemas muitas vezes leva trabalho pra casa e vira noites e noites trabalhando. Como você faz para ainda arrumar tempo para escrever?
F. B. – Graças a Deus tenho a sorte de trabalhar num lugar onde essas viradas de noite são exceção. E também tenho a sorte de morar próximo ao trabalho, então isso me dá… umas 3 horas livres por dia! O capitalismo é mesmo maravilhoso, não? Então, tento aproveitar essas 3 horas e também os finais de semana. Acabo desperdiçando boa parte desse tempo no Facebook, mas às vezes consigo escrever algumas coisas. E essas coletâneas são o resultado de 5 ou 6 anos nesse esquema.
M. C. – Andei pesquisando por aí (sim, sou curiosa) e descobri que além dos contos você tem 2 romances escritos, porém ainda não foram publicados. Descobri também que seu romance “A Redenção do Anjo Caído” foi finalista de alguns prêmios. Me fale um pouco sobre esses dois livros.
F. B. – Um deles está concorrendo em um concurso agora e citar o título poderia implicar na quebra de sigilo. Mas posso adiantar que é um drama cotidiano, sem elementos de fantasia.
O outro, “A Redenção do Anjo Caído”, foi finalista do Prêmio SESC desse ano, ficando entre os 40 pré-selecionados entre 800 romances inscritos no concurso. Dentro das pretensões de baixinho megalomaníaco mencionadas anteriormente, esse livro é a minha maior “carta na manga”, pois acredito que ele consegue unir todo o lado comercial da literatura de entretenimento com uma literatura mais “clássica”. É divertido, sem deixar de lado o cuidado no trabalho com as palavras, tem elementos fantásticos (anjos x demônios) e ação, sem esquecer o lado humano, as reflexões da vida. Eu gostei bastante do resultado e espero que as pessoas gostem também.
M. C. – Veremos “A Redenção do Anjo Caído” nas livrarias em breve?
F. B. – Por mim já estaria lá! Mas os jurados do Prêmio SESC não colaboraram rsrs.
M. C. – Conte um pouco pra gente como funciona seu processo de escrita.
F. B. – Eu sigo o conselho do Neil Gaiman: uma palavra depois da outra, até formar uma frase. Uma frase depois da outra, até formar um parágrafo. E assim por diante.
Parece besta, de tão simples. E é simples mesmo, mas é o único jeito. Se for esperar por inspiração, esquece.
M. C. – Tem algum gênero preferido para escrever?
F. B. – Eu gosto bastante de fantasia.
M. C. – Como autor nacional, qual sua maior dificuldade para publicar seus livros?
F. B. – Publicar é relativamente simples. Tem muitas editoras no esquema “pagou, publicou”. Tem as plataformas de auto-publicação também (são essas que uso atualmente, inclusive).
Mas, para publicar do jeito que eu quero publicar (já falei sobre minhas pretensões megalomaníacas? rsrs), ou seja, por uma editora com boa reputação e boa distribuição, disposta a investir no autor desconhecido, é complicado. Mas se ficar pensando muito em dificuldade, a gente nem levanta da cama. Então, vou fazendo o que me é possível, sem muita pressa (a literatura é um exercício de paciência, em todos os sentidos).
M. C. – Vamos falar sobre seus contos. Li recentemente Prelúdio do Ocaso e quem leu minha resenha sabe que amei. É característico de sua escrita despertar emoções em seus leitores?
F. B. – Espero que sim! kkkkkkk
Bom, eu sempre procuro despertar emoções e/ou reflexões, sem forçar a barra com dramas exagerados e coisas do tipo. Às vezes consigo, às vezes não.
M. C. – Vamos para uma rapidinha. Fale a primeira palavra que te vier à mente:
M. C. – Romance ou Contos?
F. B. – Contos… não… romance… não, contos mesmo… desculpe, ainda estou meio desnorteado por ficar pensando bobagem depois do “vamos para uma rapidinha” rsrs.
M. C. – Errr…. Falei a vocês que ele era engraçadinho 🙂 … Continuando:
M. C. – Time do coração?
F. B. – São Paulo!
M. C. – Animais
F. B. – “Uzanimais, tem uns bicho interessante…” (a primeira coisa que me veio à cabeça foi a música dos Mamonas rsrs)
M. C. – Um Lugar
F. B. – Morumbi
M. C. – Viagem
F. B. – Maceió?
M. C. – Livro
F. B. – A Redenção do Anjo Caído! kkkkkk
M. C. – Filme
F. B. – Pulp Fiction
M. C. – Música
F. B. – Homecoming (não é minha preferida do Green Day, mas lembrei dela agora, não sei por quê).
“Por favor, só me ligue se você estiver voltando pra casa…”.
M. C. – Uma frase
F. B. – “Busquem conhecimento” (E.T. Bilu).
M. C. – Fabio, muito obrigada pela entrevista. Sabe que sou sua fã e adoro tua escrita. Deixe um recado para os leitores do Minha Contracapa e seus fãs.
F. B. – Thaisa, eu que tenho a agradecer pelo espaço concedido e pela sua gentileza. Aos que tiveram paciência para ler minhas respostas enfadonhas, só posso desejar toda felicidade do mundo. E que Deus abençoe todos nós.
Grande abraço!
Gostaram da entrevista? Se quiser entrar em contato com o Fabio ou conhecer mais de suas obras, acesse o site do autor clicando aqui. No site tem todas as redes sociais dele também.
Quer comprar os livros do autor? Clique Aqui e confira todas as obras que estão disponíveis na Amazon.