Distopia. Um livro dinâmico, viciante e completamente angustiante!
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.
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Resenha
Distopias… sempre quis ler algo desse gênero para saber qual é a boa. Apesar de ter alguns livros distópicos, ainda não tinha tido a oportunidade de ler. Enfim ela apareceu com Fragmentados e me joguei de cabeça.
Em primeiro lugar devo dizer que se todas as distopias seguirem essa linha de Fragmentados, esse gênero acabou de se tornar um dos meus favoritos. Mundos futuristas onde a sociedade é oprimida e em determinado momento os oprimidos viram contra os opressores e a bagaceira tá feita! Gostei da premissa e possivelmente lerei os outros livros que tenho em minha estante.
Em fragmentados estamos em um mundo pós-guerra onde a sociedade decidiu pela vida. O aborto foi estritamente proibido e todos são a favor disso (menos eu, pois esse é um tema complexo e bem polêmico, mas não entrarei em detalhes a esse respeito), porém, os pais podem enviar seus filhos a partir dos 13 anos para um “aborto tardio”. Algo meio contraditório não? Isso é bem explicado no livro onde informa que a fragmentação não leva à morte desses adolescentes, eles apenas vivem de uma forma diferente, em fragmentos, no corpo de outras pessoas. E a alma, ela também é fragmentada? Essa é uma outra questão abordada no livro.
Dentro desse mundo insano conhecemos 3 personagens encantadores que tem suas histórias contadas de forma intercalada por capítulos dentro da narrativa. Risa, Connor e Lev são os protagonistas e cada um tem uma personalidade e motivos completamente diferentes para tornarem-se fragmentários e em um determinado momento essas histórias se cruzam. Devido ao seu temperamento explosivo os pais de Connor assinaram a autorização, Risa foi enviada para a fragmentação para baixar os custos do governo já que ela é orfã e tutelada do estado e Lev, esse foi preparado desde o dia em que nasceu para ser um dízimo. Voilá, temos aqui assuntos polêmicos: aborto, religião, dinheiro e a vida em sociedade.
Acompanhar o crescimento dos personagens foi fantástico. Os 3 tiveram minha total atenção e o que achei mais bacana e que deixou a leitura bem mais dinâmica foi o fato de termos capítulos narrados por outros personagens, inclusive por adultos.
A narrativa do autor é deliciosa. Ele consegue abordar diversos temas polêmicos de uma forma que deixa o leitor curioso. Uma leitura dinâmica e rápida que impulsiona o leitor sempre para a próxima página. Sem contar na descrição da cena de fragmentação. Meu Deus, que aflição! Da primeira à última página li com o coração disparado, mas na cena da fragmentação me senti sufocar de tanta aflição. Fiquei o tempo inteiro lembrando do booktrailer…
Apesar de ter uma história bem fechada e com um final que me agradou bastante, descobri que esse é o primeiro livro de uma série com 4 livros. Sinceramente, não vejo necessidade para isso, mas ao que tudo indica eles não são uma continuação direta da história de Connor, Risa e Lev.
Além de tudo estar caminhando muito bem com a história, temos algumas surpresas no decorrer da narrativa. Alguns personagens misteriosos que aparecem no decorrer da trama nos preparam surpresas bombásticas que me arrancaram vários “puta que pariu!”.
Uma bela de uma ficção que trata de algumas perspectivas morais para os jovens e que deveria ser lida por todos. Apaixonada por esse livro e pela narrativa do autor. Se vou ler os outros livros da série? Provavelmente sim porque gostei do autor, mas confesso que estou com medo dele ter estragado algo que já está tão bom dentro desse universo que ele criou.