Romance Epistolar. Apesar de ser escrito em um formato que não me agrada muito, essa obra é fascinante. A autora conseguiu me prender pela curiosidade do início ao fim e com uma narrativa sagaz me vi envolvida com as artimanhas de Lady Susan.
A história de ” Lady Susan” gira em torno de sua personagem principal, a bela e coquete Lady Susan Vernon (uma das melhores personagens criadas por Jane Austen, em tudo diferente às protagonistas de seus romances posteriores), uma viúva na casa de seus 30 anos, que busca um novo e vantajoso matrimônio para si, ao mesmo tempo em que tenta arranjar um casamento para sua filha com um homem rico e tolo que esta última despreza. Ela preenche sua agenda de compromissos com convites para visitas estendidas junto aos parentes de seu falecido marido e conhecidos por uma série de manobras astuciosas, de modo a atingir seu plano principal.
Escandalosamente divertido e artisticamente melodramático, “Lady Susan” é um romance quase esquecido dentro do magnífico conjunto da obra de Jane Austen, menosprezado pela comparação com os seis romances maiores publicados pela escritora. Uma vez que poucos romances podem superar ou se equivaler às obras-primas de Jane Austen, “Lady Susan” deve ser aceito pelo o que realmente é: uma peça encantadora e muito divertida, elaborada por uma jovem escritora que nos apresenta personagens interessantes e provocantes e que também nos revela sua compreensão inicial das maquinações sociais através de uma linguagem muito requintada.
O maior desafio de Jane Austen parece residir nas limitações do formato epistolar onde a narrativa é revelada gradativamente através da perspectiva de uma pessoa e, em seguida, através da reação e resposta do outro, o que não permiti a energia do diálogo direto ou a variação de descrições de cena ou arredores. Dadas suas limitações narrativas ainda é uma joia brilhante; Inteligente, engraçado e intrigantemente mal intencionado.
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Resenha
Muito ouvi falar sobre as obras de Jane Austen e após ler Austenlândia fiquei mais curiosa a respeito dos livros da autora. Comecei a fazer minha coleção de suas obras com edições mais do que especiais da editora Landmark e aproveitei a oportunidade da Maratona Literária de Inverno para ler Lady Susan.
Lady Susan é um romance epistolar, ou seja, toda a história é desenvolvida através de cartas e descobri isso um pouco tarde demais. Nada contra a essa técnica de escrita, mas confesso a vocês que ela não faz nem um pouco o meu gosto literário. Estima-se que Jane escreveu esse livro no final de sua adolescência, por volta de 1793 e 1794. Essa foi sua primeira tentativa em escrever nesse formato e o livro já mostra o talento da autora.
Quando vi que a história seria narrada por cartas, fiquei desanimada. Para mim isso não funciona muito bem e vou contar uma coisa a vocês: essa mulher realmente tinha o dom da escrita, pois ela conseguiu me fazer ter vontade de ler o livro até o final tamanha a minha curiosidade a respeito de Lady Susan.
A protagonista é uma mulher dissimulada, adepta do coquetismo, manipuladora e muito, mas muito inteligente. Eloquente demais para mulheres da época, Lady Susan tem todos os homens aos seus pés e é capaz de qualquer coisa para segurar um marido rico. Capaz até de passar por cima da própria filha. Viúva muito nova e disposta a casar sua filha com um homem que ela odeia, a senhora vai tecendo sua trama no decorrer da história. E que mulher mais odiosa! Juro para vocês que fiquei torcendo para ela se dar muito mal no final do livro o tempo inteiro!
Através das cartas conhecemos os outros personagens e vamos nos envolvendo com a história de tal forma que nos sentimos próximos a eles. A trama é tão envolvente que descrições dos lugares são desnecessárias. O enredo central é toda a manipulação que Lady Susan vai desenvolvendo conforme a história avança.
Essa versão que tenho é bilíngue, capa dura e a diagramação está muito bem feita. A editora caprichou e pode ser um lindo presente.
Um livro curtinho e se assim como eu você quer conhecer Jane Austen, está mais do que indicado. É um romance de época, se passa em Churchill (próximo a Oxfordshire) e você não encontrará aqui bailes e mais bailes de debutantes!