Roseanna é um marco nos livros investigativos. Mistério, investigação, um policial obstinado e uma narrativa clara e viciante é o que podemos encontrar nesse livro.
SINOPSE: O corpo de uma mulher de origem desconhecida é encontrado durante a dragagem de um lago na Suécia. Sem qualquer pista de quem poderia ter cometido o crime, o inspetor Martin Beck mobiliza sua equipe em uma busca internacional por um assassino sem nome e sem rosto. Passados três meses, tudo o que sabe é que a jovem se chama Roseanna e pode ter sido assassinada por uma das 85 pessoas que estavam em um cruzeiro pelo Canal de Göta. Ao longo de meses de investigação, a lista de suspeitos, antes inexistente, ganha alguns nomes, até a polícia se deparar com um assassino cruel, que possui uma noção peculiar e doentia do que é certo e errado.
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Resenha
Antes de mais nada, preciso falar que Roseanna é um livro que foi escrito em 1965, portanto iremos encontrar algumas coisas diferentes do que estamos habituados nos romances policiais de hoje. Outro ponto interessante é que os autores são suecos e encontraremos algumas peculiaridades.
O gênero policial é um dos meus preferidos. Fico encantada com esse clima de mistério e toda a investigação para descobrir o autor dos crimes prende minha atenção. A construção do assassino, o lado psicológico e as revelações gradativas para solucionar o mistério são o ápice dos livros policiais da atualidade; em Roseanna a narrativa é um pouco diferente. Os autores estão mais voltados para a descrição da investigação. Uma narrativa sem rodeios, crua, focada na investigação e não no psicológico da vítima ou do assassino, é isso que encontramos aqui. Não, isso não é nada ruim, muito pelo contrário! É uma leitura dinâmica e deveras interessante. Achei um pouco estranho no começo por não estar habituada, mas quando acostumei a leitura deslanchou.
Apesar de gostar muito da leitura, senti falta de algo que me encanta em livros de mistério: adivinhar, com base no que é relevado no livro, quem é o assassino. Os autores não criaram esse clima para levar o leitor a tentar descobrir quem é o assassino. Toda a leitura vai fluindo sem muito mistério nesse sentido. Vamos acompanhando o desenrolar da investigação e foi isso que me fez dar 4 estrelas para o livro. Perdi meu lado Sherlock Holmes aqui 🙁 já que os autores entregaram o assassino sem muitos rodeios.
Os personagens vão se desenvolvendo de acordoo com a investigação e outra estranheza minha foi em relação ao protagonista. Martin Beck é um homem obstinado, inteligente, mas diferente dos protagonistas de outros livros policiais, ele não tem um envolvimento amoroso (ao menos nesse primeiro livro) com outro personagem, já que ele é casado… Tá, um casamento meio fracassado, mas tem uma família constituída e esse lado não é explorado. Gostei dele, mas não consegui me apegar muito ao personagem. De toda forma, vou querer ler os outros livros da série com o detetive.
Como o livro foi escrito em 1965, foi interessante ver como o crime foi solucionado se utilizando do que se tinha em mãos, já que computadores, internet e outras tecnologias não existiam na época.
Enfim, quero ler os outros 9 livros com o detetive Martin e espero que a editora Record traga os outros livros para o Brasil. Recomendo muito a leitura para quem gosta do gênero e garanto que vocês irão encontrar mistério, investigação e um detetive obstinado e pronto para colocar um assassino frio e calculista atrás das grades.
Ficha Técnica
ROSEANNA (vol.1)
MAJ SJÖWALL & PER WAHLÖÖ
Série: Martin Beck
Editora: RECORD
Ano: 2014
Nº págs: 256
Gênero: Policial