Isabel Allende nos presenteou com um ótimo thriller. Essa leitura é arrepiante, de tirar o fôlego e possui a construção mais perfeita que já vi de um serial killer.
Ripper é um jogo inocente que envolve cinco participantes de diferentes países, reunidos via Skype, para desvendar enigmas criminais. A mestra do jogo é Amanda Martín, uma garota de São Francisco, fanática por romances macabros.
Divorciados, seus pais, Bob Martín e Indiana Jackson, não veem com bons olhos o hobby da filha, mas ela prefere passar a maior parte de seu tempo com o avô, Blake Jackson, que incentiva sua paixão pela literatura noir.
Bob é o inspetor-chefe do Departamento de Homicídios da cidade, e Indiana trabalha na Clínica Holística, atendendo os mais diversos pacientes – entre eles, um sujeito cético, mas que é secreta e perdidamente apaixonado por essa mulher adorável.
Quado o vigia de uma escola é assassinado e uma série de mortes misteriosas começa a acontecer em São Francisco, os cinco jogadores de Ripper se envolvem com os casos. Afinal, eles logo se dão conta de que os crimes parecem ter sido cometidos por um mesmo assassino.
Mas o que deveria ser apenas um entretenimento vira questão de vida ou morte quando Amanda percebe que o cerco do serial killer se fecha em torno de alguém que ela ama. Um plano perverso, premeditado até o último detalhe, está prestes a se tornar realidade.
“Minha mãe ainda está viva, mas ele vai matá-la na Sexta-feira Santa, à meia-noite”, disse Amanda Martín ao inspetor-chefe, e o policial não a contestou, porque a garota vivia dando provas de que sabia mais do que ele e tordos os seus colegas do Departamento de Homicídios. A mulher estava no cativeiro, em algum lugar dos 18 mil quilômetros quadrados da baía de São Francisco; tinham poucas horas para encontrá-la viva, e ele não sabia por onde começar a procurá-la.
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Resenha
ROMANCE POLICIAL. Meu primeiro contato com Isabel Allende foi uma agradável surpresa. Quando vi o anúncio desse livro fui imediatamente conquistada pela capa e ao ver a palavrinha mágica, RPG, na sinopse sabia que precisava lê-lo. Jogos de RPG e interpretação de personagens é minha praia, apesar de não manter o hábito de jogar RPG de mesa e preferir os jogos online.
Comecei a ler o livro com uma grande expectativa. E não é que me surpreendi?! Me surpreendi de uma forma muito positiva pois essas 490 páginas foram fascinantes. Confesso que fiquei um pouco triste no começo, pois esperava ver uma maior participação do Ripper nas investigações e como isso não acontecia achei que me decepcionaria com a leitura, porém, em determinado momento tudo começou a acontecer de uma forma tão intensa que vibrei e encontrei o que estava procurando no livro.
O Jogo de Ripper é o livro de estreia no universo policial de Allende e para uma principiante (no gênero) ela arrasou. Não tenho como comparar com outros gêneros que a autora tenha escrito já que não li nenhum dos livros dela, mas ela conseguiu criar personagens fascinantes e um enredo muito envolvente. O suspense está presente do começo ao fim e só consegui descobrir quem era o assassino no final e olha que ainda fui surpreendida!
Por falar em personagens esse livro tem muitos. A autora desenvolveu a história de cada um deles; com alguns se aprofundou mais e com outros revelou apenas o necessário para o desenrolar da história. Ryan Miller é o meu queridinho, junto com Atila, seu cão. Allende desenvolveu com maestria o passado e o presente dos personagens levando os leitores a se aprofundarem cada vez mais na história. Amanda é uma personagem fascinante. O relacionamento dela com o avô é lindo e Indiana, a mãe é uma mulher encantadora. Tenho vários personagens preferidos e iria levar uma eternidade para falar sobre cada um deles.
Preciso dedicar um parágrafo para falar sobre o vilão da história. Esse é o primeiro livro policial que leio e não consigo ter certeza de quem seja o assassino até que ele seja revelado no livro. Tentei descobrir por eliminação, mas foi quase impossível. Quando eu pensava que sabia quem era, levava um tapa na cara e descobria que não era. E aí, já no final, achei que tinha descoberto finalmente quem era o tal, porém mais uma vez fui surpreendida! Achei isso fantástico e a autora explorou o perfil psicológico do assassino com maestria. Essa foi uma das construções mais perfeitas de um personagem que já vi.
A narrativa do livro foi o motivo que me levou a dar 4 estrelas para ele. Achei o início um pouco lento e só lá pro meio da leitura que ela ficou mais dinâmica. A leitura é fluída, entendam, mas a autora é extremamente detalhista e como ela foi apresentando os personagens e os fatos sem deixar passar nenhum detalhe, achei que ficou uma leitura com pouca ação. De maneira alguma isso é ruim, principalmente para quem gosta de detalhes, mas eu queria ver uma maior participação do Ripper e obter respostas logo. Então, isso me deu uma sensação de lentidão e demorei a engatar. Fiquei um pouco confusa no começo pela quantidade de informações, mas depois tudo fluiu perfeitamente.
Enfim, Allende nos presenteou com uma trama repleta de tensão, suspense, ricos personagens e uma história muito envolvente. Para quem gosta do gênero, esse livro é uma leitura obrigatória. Não darei spoiler na resenha, mas devo admitir que terminei a leitura com um aperto no peito e uma vontade enorme de chorar pelo desfecho do caso.
Ficha Técnica
Título: O Jogo de Ripper
Autor: Isabel Allende
Editora: Bertrand Brasil
Tradutor: Luís Carlos Cabral
Acabamento : Brochura
Edição : 1 / 2014
Idioma : Português
Número de Paginas : 490