Quote de Quinta #7

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Quinta-feira chegou e é feriado! Nesse clima gostoso, é dia de conferir o Quote de Quinta. Escolhi um trecho do livro O jogo de Ripper da Editora Bertrand Brasil.

Esse livro tem um suspense bacana e estou torcendo para a formação de um casal que aos meus olhos tem tudo a ver.

Indiana conhecia aquele homem melhor do que ninguém, o comprimento e a largura de seu corpo, desde a cabeça até seu único pé, a pele avermelhada e brilhante do cotoco, as coxas firmes marcadas por cicatrizes, a cintura pouco flexível, a linha da coluna, vértebra a vértebra, os músculos formidáveis das costas, o peito e os braços, as mãos elegantes, dedo a dedo, o pescoço firme como madeira, a nuca sempre tensa, as orelhas sensíveis que não tocava na massagem para lhe evitar o rubor ou uma ereção; distinguia às cegas seu cheiro  de sabonete e suor, a textura de seus cabelos cortados rente, a vibração de sua voz; gostava de seus gestos particulares, da forma de dirigir com uma única mão, de brincar com Atila como um garoto, de usar os talheres à mesa, de tirar a camiseta, de ajustar a prótese; sabia que chorava no cinema com filmes sentimentais, que seu sorvete favorito era o de pistache, que quando ela estava presente nunca olhava para outras mulheres, que sentia falta de sua vida de soldado, tinha a alma dolorida e nunca, nunca se queixava. Em incontáveis sessões de terapia havia percorrido palmo a palmo o corpo daquele homem, aparentemente mais jovem do que era habitual aos 40 anos, admirando sua rude virilidade e sua força contida que às vezes, distraidamente, comparava com Alan Keller. Seu amante, magro e bonito, com seu refinamento, sensibilidade e ironia, era o oposto de Ryan Miller. Mas naquele momento, na cabine da caminhonete, Keller não existia, não existira jamais, a única coisa real para Indiana era seu desejo veemente por aquele homem que de repente era um desconhecido.

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