Resenha: Tempo Nublado de Octavio Paz

Ensaios. O livro traz situações da época e a leitura é um pouco pesada, no entanto, Octavio Paz escreve de uma forma que chega a ser didática e poética em vários momentos.

Por não ser indiferente aos acontecimentos da atualidade – com essa razão aparentemente bem simples Octavio Paz justifica o fato de escrever seus ensaios históricos. Afinal, trata-se de um poeta, voltado fundamentalmente para a atividade literária. Mas talvez seja essa condição que o torne tão incapacitado à indiferença. E é por isso que Octavio Paz faz questão de afirmar que não analisa a história a partir de certezas ideológicas ou a partir dos centros de poder. Textos como os de Tempo nublado, que tratam desde assuntos como o sistema de dominação burocrática soviética até as relações entre América Latina e Estados Unidos, nascem das reações e sentimentos desse intelectual latino-americano de olhos atentos para o mundo à sua volta e que é considerado como o grande pensador contemporâneo de seu continente.

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Resenha

Tempo Nublado é um ensaio, então é de se esperar a linguagem culta e uma escrita diferenciada. O livro é dividido em duas partes: a primeira contém visões mais “gerais”, do mundo Ocidental (em especial Estados Unidos), enquanto que a segunda parte foca na América Latina (em especial México).

Para esclarecer melhor a proposta da obra, é válido trazer palavras do próprio autor:

Não sei se estes comentários contêm interpretações válidas ou hipóteses razoáveis; sei que expressam reações e sentimentos de um escritor independente da América Latina diante do mundo moderno. Se não é uma teoria, é um testemunho. (Paz, Octavio; p. 8).

O livro traz situações da época e a leitura é um pouco pesada (pelo menos pra mim que estou desacostumada com a quantidade de informação em uma única obra!), no entanto, Octavio Paz escreve de uma forma que chega a ser didática e poética em vários momentos. Expõe ideias, críticas e reflexões éticas e filosóficas sobre vários temas (tais como a “rebelião juvenil” dos anos 60, feminismo, imperialismo, democracia, capitalismo, socialismo, comunismo). É claro que se você tiver um “certo conhecimento” dos temas abordados pelo autor pode haver um aproveitamento reflexivo maior (talvez), mas nada impede que um curioso se aventure também. É um livro que requer releituras por ser tão rico!

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