E essa terminei de escrever chorando…
Helena
Eu quis um tema,
Um novo poema
Pedi aos céus,
aos anjos,
Aos santos,
Implorei;
E surgiu teu rosto,
Helena,
A filha que não tive
– E não terei.
Teu nome era a canção
Que ouvia na infância
Era inspiração,
Era a esperança
Em cada choro de criança,
Que nos braços não trarei
Embalastes meus sonhos
Na canção que ecoou…
Terias olhos azuis, Helena?
Por que tu és a verbena,
que murchou?
Sabes, Helena,
Pensei nas bonecas,
– Que terias-
Em cada noite,
Em cada dia…
No meu ventre
Encontrarias
Aconchego,
Calmaria…
Sabes, Helena,
Tu tens olhos tão azuis
Que nem o céu poderia ter
E às margens do Rio Manguaba,
Helena,
Tu vais nascer.
Helena,
Por favor, entendas:
Tu és o poema
Que sempre quis escrever.
