Resenha: Eu estive aqui de Gayle Forman

Resenha de Eu estive aqui da Gayle Forman

Drama. Um livro sobre perdas, tragédias, casualidades e perdão. Com um tema bem delicado, Gayle nos apresenta uma linda história de amizade e superação.

quatro flores

Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo…

Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal?

A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos.

Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo… e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida.

Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.

“Eu estive aqui é a mais perfeita mescla de mistério, tragédia e romance. Gayle Forman dá ao leitor um retrato sincero da coragem necessária para continuar vivendo após uma perda devastadora. ”
Stephen Chbosky, autor de As vantagens de ser invisível

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Resenha

Gayle Forman é uma autora que já ouvi muito falar. Ela escreveu “Se eu ficar” e “Para onde ela foi”, livros que tenho aqui em minha estante, mas que ainda não li. De tanto que ouvi falar da escrita dessa autora, resolvi me arriscar e solicitei à editora Arqueiro “Eu estive aqui”. Realmente a escrita de Forman é maravilhosa, porém esse livro é totalmente o oposto do que eu imaginava que fosse.

Confesso que tenho um grande defeito: não costumo ler sinopses dos livros. Se a capa me chama atenção, simplesmente me chama a atenção para ler o livro. Não é todo dia que estou no clima para dramas, principalmente livros com a temática “suicídio”, mas dei uma chance para ele. Gostei muito do livro, mas foi uma leitura bem tensa.

Eu estive aqui não possui uma narrativa leve. A autora explorou bem esse tema, não na visão do suicida, mas na visão de quem “foi deixado para trás”. Não sei definir qual dos dois lados traria mais drama à leitura, mas o sofrimento está presente do início ao fim. É difícil tanto para quem está sofrendo e quer cometer o suicídio, quanto para aqueles que precisam conviver com a perda. E foi a visão de Cody que acompanhamos. A amiga que foi deixada para trás, carregando uma culpa imensa e um misto de sentimentos.

Cody foi um personagem que não me identifiquei. Achei ela uma menina invejosa, chata, mesquinha, insolente, prepotente e sem graça. Por mais que ela tenha sido apresentada como a protagonista e a história ser contada na visão dela, me senti mais ligada à Meg (a personagem que nem participou da história por estar morta desde a primeira linha) e a considero como a protagonista. Na verdade acho que gostei de todos os outros personagens, menos de Cody. Ben ganhou meu coração. Os amigos de república de Meg são maravilhosos. Até os gatinhos foram mais relevantes na história do que Cody. Definitivamente não gosto dessa garota.

A narrativa é um pouco lenta. Creio que seja pelo fato do tema ser tão pesado. Assuntos como culpa, suicídio e depressão são muito bem tratados nesse livro e estão presentes do começo ao fim. Achei muito interessante a autora abordar um assunto que, ao meu ver, não é tão conhecido assim, como os grupos de ajuda aos suicidas. Não, não são pessoas que querem evitar o suicídio, são pessoas que estão ali para incentivar que o suicida cometa o suicídio. São grupos que defendem cegamente o livre arbítrio e querendo ou não, acabam dando um incentivo a mais para quem já está com uma grande propensão a cometer esse ato. As cenas onde Cody está lidando com esses grupos foram as responsáveis por meus maiores momentos de tensão. Que ódio que senti dessas pessoas…

Esse não é meu tipo de leitura favorita, mas o livro trás muitas explicações sobre depressão. Também nos mostra que é importante seguir em frente, tentar sobreviver a essa tragédia. Conviver com pessoas que sofrem de depressão não é algo fácil. É delicado. Todos sofrem com isso. Quem gosta de ver alguém que ama sofrendo? E ver a pessoa sofrer e não conseguir fazer nada para mudar isso? Essa leitura nos leva a pensar em diversas coisas.

O livro é muito bom. Muito bem escrito. Com muitas informações importantes e que podemos trazer para nosso dia-a-dia.  Gostei muito dessa leitura. Esse foi um dos livros que fiquei com muita dificuldade para escrever a resenha. Não por não ter gostado, mas por não conseguir transcrever aquilo que senti com a leitura.

Um livro mais do que recomendado para adolescentes e principalmente para aqueles que tem alguém próximo que sofre de depressão ou simplesmente querem entender um pouco mais desse assunto.

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